Quem sou eu

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"He walks away, The sun goes down, He takes the day but I'm grown And in your way, In this blue shade My tears dry on their own"



O que houve entre nós?
Ainda existe esperança?
Ainda existe confiança?
Ainda existe algum certo romance,
Em todas as provas que você nunca quer me dar?
O que falta acontecer, para você perceber,
o quanto eu ainda estou a sofrer?
Enfie-me numa fossa profunda,
em que todos os dias, sinto este vazio crescer.
Queria beber todas as garrafas do mundo,
Tentando esquecer o fato de estar perdendo você.
Então irei me desgastando, fio a fio, até o fim.
Mesmo que eu caia nas armadilhas da minha mente,
mesmo sendo difícil demais de aceitar.
Que tu não me toques mais, da forma que costumavas tocar.

Feminilidade parte 2



Quero que o homem que mora em mim, seja bruto e carnal. Quero um mapa do mundo, e que esse mundo seja meu, sem mais rótulos e sem preconceitos. Quero rir daquelas que são iguais, já que eu sou diferente de todas. Curiosamente, sempre me senti mais apegada aos “machos”. Moro com meu pai desde que minha mãe partiu, sempre tive amizades masculinas, até pelo fato de eu não confiar em mulheres. Sou mesmo diferente de todas elas. Amo um homem, que também me ama. Isto sim é maravilhoso para alguém tão só como eu. Cuido dele como cuidarei dos nossos filhos. Sonho em ser mãe de um filho homem. Tenho planos durante a semana inteira. Penso em fugir de todas essas obrigações, queria que as pessoas entendessem meu jeito de agir. Sei que as amigas que tenho, não entenderão, porque não consigo retribuir o carinho delas muitas vezes. Dei adeus ao universo rosa choque de todas elas, e fundei o meu. Diferente, plano, cheio de figuras estranhas e harmoniosas. Dancei ballet com meu passado, e não me cansei dele ainda. Sinto falta da infância que tive, cercada por bonecas e estórias doces. Hoje os estúpidos me questionam à respeito de minha sexualidade. Que bobagem! O que sabemos sobre sexo? Sexo é mental, não é físico. Eu gosto de homens, não, eu os amo! Poderia dizer tudo, que houve entre mim e todos os homens que já conheci. Mas para quê? Eu só magoaria o meu. Perguntaram-me se eu era “lésbica”. Eu ri. Ri, porquê sei o fundamento da pergunta. Se eu fosse uma “lady”, ninguém duvidaria da minha heterosexualidade. Se eu quisesse, eu poderia ser a “lady”, mas, eu preferi ser eu mesma. Livre, de tênis, de jeans e com a mente aberta.
Eu sou mulher demais, tão demais, que sou mais homem, do que mulher. E isso me transforma em uma fêmea completa. Não um pedaço de costela.

Feminilidade parte 1




Eu sou apenas uma mulher forte demais. Às vezes acho que a minha feminilidade transcendeu-se, enrijeceu-se de tal forma que eu me tornei dura e um pouco ríspida. Abomino as inutilidades desse contexto feminino, de “ter que ser” uma boneca. Andar e falar como uma “lady”. Cuidar dos belos e longos cabelos, das unhas vermelhas, ou dos lábios sempre muito bem pintados. Cansei de ter que seguir um padrão, este, imposto principalmente pelas mulheres. Quero ver a minha cara limpa pela manhã. Ver as imperfeições que o tempo já adciona ao contexto fino e liso da minha pele. Quero dizer o que bem entender, sem ser cruficicada por isso, quero ter a minha liberdade. Ser Renata, e não ser Juliana, nem Joana e nem Mariana. Quero falar com homens, olhando-os sempre como iguais a mim. Quero quebrar meus saltos, e arrancar os meus cabelos. Desejo que meu corpo seja meu templo, adorado assim apenas por mim, e pelo o homem que o ama. Escrever confissões de uma pessoa viva e alegre, sem mais complexos e algemas. Lerei sempre os mesmos livros, e os interpretarei da forma que me adequar. Não quero chorar com filmes de amor, nem com livros de romance baratos. Prefiro os tênis e as camisas folgadas. Sei que a minha estrela brilha mais do que qualquer presilha, e mais do que qualquer brinco. Sei que não preciso de maquiagem para ser confiante, já que a confiança está enrustida em mim, e não na marca do perfume que eu use. Eu quero ser uma mulher forte, não frágil, não meiga, e não fútil. Quero entender de pôker, futebol, fotografia e cinema clássico. Beber vinhos fortes e whiskeys com pouco gelo.